Como ganhar dinheiro com consórcio? Confira 10 formas para construir patrimônio

Descubra como o consórcio pode ser uma estratégia sofisticada para expandir seu patrimônio e diversificar sua carteira de ativos de forma planejada e eficaz.

Ganhar dinheiro com consórcio é possível usando estratégias como cota contemplada, lance (livre e embutido) e venda de carta de crédito. 

Neste artigo, você aprenderá como essas técnicas, aliadas ao controle da taxa de administração e ao entendimento do ágio no mercado secundário, podem ajudar a construir patrimônio de forma planejada e eficiente.

O consórcio é uma modalidade de compra coletiva regulada pela Lei nº 11.795/2008, que oferece segurança e transparência. Diferente do crédito tradicional, ele não cobra juros, apenas taxas administrativas, o que reduz custos e permite uma gestão financeira disciplinada.

Veja, neste artigo:

O que é um consórcio?

O consórcio é uma compra programada em grupo, sem juros, que reúne pessoas para formar um fundo comum. Cada participante paga parcelas mensais, e um ou mais integrantes são contemplados por sorteio ou lance, recebendo carta de crédito para comprar o bem ou serviço planejado.

Em tempos de crédito restrito e juros elevados, com a Selic atingindo 15% em junho de 2025, o modelo de consórcio vem ganhando cada vez mais força.

Prova disso é o crescimento consistente do setor: somente nos quatro primeiros meses de 2025, foram registradas 1,61 milhão de novas adesões, segundo a ABAC, um aumento de 19,3% em relação ao mesmo período de 2024. 

O total de consorciados ativos já ultrapassa 11,5 milhões, e os créditos liberados entre janeiro e abril somaram quase R$40 bilhões, impulsionando setores-chave da economia como imóveis, veículos, serviços e eletroeletrônicos.

O que é a Lei de Consórcio?

A Lei nº 11.795/2008, conhecida como Lei de Consórcio, regulamenta o setor no Brasil e é responsável por estabelecer diretrizes claras sobre a operação dos grupos, os direitos dos consorciados e as obrigações das administradoras. 

A norma garante transparência nas regras de contemplação, uso das cartas de crédito, transferências e encerramentos dos grupos, sendo fiscalizada diretamente pelo Banco Central.

Esse arcabouço jurídico confere segurança à operação e abre margem para aplicações mais sofisticadas do consórcio como instrumento financeiro. Saber operar dentro dessa moldura legal é o primeiro passo para transformar uma simples cota em um ativo de valor estratégico.

Como funciona o consórcio?

No consórcio, o processo segue um ciclo mensal que define quando e como você poderá usar a carta de crédito. Confira as etapas do processo:

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Exemplo prático: João entra em um consórcio de imóvel de R$300 mil, com 100 meses de duração e taxa de administração de 15% no total. No 12º mês, ele oferece um lance de R$30 mil (10% do valor da carta) e é contemplado. Compra seu apartamento à vista e continua pagando as parcelas até o final, sem pagar juros bancários.

10 formas para ganhar dinheiro com consórcio

A seguir, você encontrará 10 formas para ganhar dinheiro com consórcio, apresentadas de forma prática e organizada. Cada uma traz o objetivo da ação, como colocá-la em prática, o momento mais indicado para aplicá-la, exemplos práticos e a métrica que permite acompanhar seus resultados. Confira!

1. Planejamento financeiro avançado

Objetivo: criar disciplina e previsibilidade no fluxo de caixa.

Como executar:

  1. Escolha grupo compatível com capacidade de pagamento;
  2. Ajuste prazos para encaixar parcelas no orçamento;
  3. Use planilha ou app para monitorar evolução.

Quando usar: para formar patrimônio de longo prazo sem comprometer liquidez.

Riscos: o eventual atraso nas parcelas pode gerar exclusão do grupo.

Exemplo: R$1.000/mês por 60 meses → patrimônio de R$60 mil.

Métrica: taxa de comprometimento da renda ≤ 30%.

2. Diversificação de ativos

Objetivo: balancear portfólio entre ativos físicos e financeiros.

Como executar: combinar consórcios (imóvel/veículo) com renda fixa/variável.

Quando usar: ciclos econômicos voláteis.

Riscos: baixa liquidez até contemplação.

Exemplo: investir R$50 mil em LCI e R$50 mil em consórcio de imóvel.

Métrica: desvio-padrão do portfólio reduzido.

3. Aquisição estratégica de imóveis

Objetivo: comprar imóvel com potencial de valorização.

Como executar: usar carta de crédito contemplada para adquirir em área em expansão.

Quando usar: antes de obras públicas ou lançamentos na região.

Riscos: atraso na valorização esperada.

Exemplo: carta de R$300 mil para comprar imóvel que valoriza 20% em 2 anos.

Métrica: cap rate > 8%.

4. Compra de cotas contempladas no mercado secundário

Objetivo: acessar crédito imediato com desconto.

Como executar: buscar cotas com preço < valor da carta.

Quando usar: em mercado com alta urgência de venda.

Riscos: cláusulas contratuais que limitem uso.

Exemplo: pagar R$80 mil por cota de R$100 mil → ganho de R$20 mil.

Métrica: spread ≥ 15%.

5. Quitação de dívidas caras

Objetivo: reduzir custo financeiro total.

Como executar: usar carta para liquidar empréstimos/cartões.

Quando usar: quando taxa de dívida > 1,5% ao mês.

Riscos: usar carta para quitar dívida e voltar a se endividar.

Exemplo: quitar R$50 mil a 5% a.m. → economia de R$2,5 mil/mês.

Métrica: redução da taxa efetiva global da dívida.

6. Venda de crédito contemplado

Objetivo: lucrar com ágio na revenda.

Como executar: vender cota após contemplação para comprador que precise do crédito.

Quando usar: em mercados com escassez de financiamento.

Riscos: demora para achar comprador.

Exemplo: investir R$60 mil, vender por R$75 mil.

Métrica: lucro líquido > 20%.

7. Locação de imóveis adquiridos via consórcio

Objetivo: gerar renda passiva.

Como executar: comprar imóvel e colocá-lo para aluguel.

Quando usar: em regiões com alta demanda locatícia.

Riscos: vacância ou inadimplência.

Exemplo: aluguel de R$2.000/mês em imóvel de R$250 mil.

Métrica: cap rate anual > 8%.

8. Aquisição de máquinas e equipamentos para negócios

Objetivo: aumentar capacidade produtiva.

Como executar: comprar equipamentos com carta de crédito.

Quando usar: expansão de operações.

Riscos: subutilização do ativo.

Exemplo: máquina de R$100 mil que aumenta faturamento em R$8 mil/mês.

Métrica: payback < 18 meses.

9. Compra de cotas em atraso com desconto

Objetivo: adquirir crédito com deságio.

Como executar: regularizar parcelas e aguardar contemplação.

Quando usar: quando há alta oferta no mercado secundário.

Riscos: inadimplência persistente do grupo.

Exemplo: cota de R$150 mil comprada por R$120 mil.

Métrica: margem > 20% sobre valor investido.

10. Veículos para revenda

Objetivo: obter lucro na revenda rápida.

Como executar: comprar veículos populares e revendê-los.

Quando usar: em mercados com alta liquidez automotiva.

Riscos: desvalorização acelerada.

Exemplo: veículo comprado por R$50 mil e vendido por R$55 mil.

Métrica: retorno bruto > 10% ao ano.

Como escolher o melhor consórcio?

O melhor consórcio é aquele que combina segurança, custo total competitivo e regras adequadas ao seu objetivo de compra ou investimento. Antes de assinar, analise todos os pontos críticos, não apenas o valor da parcela.

Checklist rápido

Administradora autorizada pelo BCB: evita risco regulatório.

Taxa de administração total: define o custo real do plano.

Fundo de reserva e seguros protegem o grupo e impactam no custo final.

Índice de correção da carta: preserva o poder de compra ao longo do contrato.

Política de lances (livre, embutido, FGTS): influencia o tempo de contemplação.

Taxas de transferência: essenciais se planeja vender ou transferir a cota.

SAC e regras de uso da carta: garantem flexibilidade na compra do bem.

Critérios explicados

1. Administradora autorizada pelo Banco Central

  • O que é: empresa habilitada a operar consórcios sob fiscalização do BCB.
  • Por que importa: reduz risco de fraudes e garante cumprimento das regras.
  • Como avaliar: consulte a lista oficial no site do Banco Central e verifique o histórico da administradora.

2. Taxa de administração total

  • O que é: percentual cobrado pela gestão do grupo, somado ao longo do contrato.
  • Por que importa: impacta diretamente no custo efetivo total (CET) do consórcio.
  • Como avaliar: compare o CET entre planos similares e evite contratos sem transparência no cálculo.

3. Fundo de reserva e seguros

  • O que é: valor acumulado para cobrir inadimplência e imprevistos, além de proteções adicionais como seguro de vida.
  • Por que importa: garante a saúde financeira do grupo e evita atrasos nas contemplações.
  • Como avaliar: entenda a porcentagem do fundo e quais eventos o seguro cobre.

4. Índice de correção da carta

  • O que é: reajuste anual (ex.: INCC, IPCA) aplicado ao valor da carta de crédito.
  • Por que importa: mantém o poder de compra contra inflação e valorização do bem.
  • Como avaliar: prefira índices que acompanhem o mercado do bem desejado.

5. Política de lances

  • O que é: formas de antecipar a contemplação, como lance livre, embutido ou uso do FGTS.
  • Por que importa: pode reduzir anos de espera e alinhar o consórcio ao seu timing.
  • Como avaliar: verifique histórico de percentuais vencedores no grupo.

6. Taxas de transferência

  • O que é: custo para vender ou transferir a cota para outro participante.
  • Por que importa: afeta a rentabilidade em estratégias de arbitragem ou revenda.
  • Como avaliar: compare tarifas e flexibilidade contratual.

7. SAC e regras de uso da carta

  • O que é: suporte ao cliente e condições para usar a carta (ex.: comprar imóvel usado, quitar financiamento).
  • Por que importa: determina a real liberdade na escolha do bem ou serviço.
  • Como avaliar: teste canais de atendimento e leia o regulamento detalhadamente.

Consórcio ou financiamento: qual o melhor?

Imagine dois cenários reais:

Exemplo 1: Carla opta pelo consórcio

Carla quer comprar um carro de R$80 mil, mas não tem pressa. Ela entra em um consórcio com parcelas de R$1.000 e taxa de administração total de 15%. Ao ser contemplada no 20º mês, usa a carta de crédito para pagar à vista e consegue um desconto de R$5 mil na concessionária. Custo final: R$92 mil (taxas incluídas).

Exemplo 2: Paulo escolhe o financiamento

Paulo precisa do carro imediatamente e financia os mesmos R$80 mil em 60 meses, com taxa de juros de 1,4% ao mês. As parcelas ficam em torno de R$2.080. Ao final, ele terá pago cerca de R$124 mil.

Comparativo rápido


Critério

Consórcio

Financiamento

Juros

Não há cobrança de juros, apenas taxas administrativas.

Inclui cobrança de juros, que aumentam substancialmente o custo total.
Aquisição
Crédito liberado após contemplação por sorteio ou lance. Não exige entrada.

Processo burocrático, exige ao menos 30% de entrada.

Planejamento

Compra planejada de acordo com as possibilidades financeiras.

Risco maior de endividamento devido aos juros altos.

Flexibilidade

Prazos e parcelas flexíveis.


Parcelas maiores, com juros e prazos pouco flexíveis.

Custo total

Menor do que financiamento.

Maior devido aos juros cobrados ao longo do tempo.

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Ganhar dinheiro com consórcio é uma estratégia acessível para quem busca construir patrimônio com planejamento e disciplina. Pensando nisso, a Chegolá oferece opções flexíveis e seguras, idealizadas para diferentes perfis e necessidades, facilitando o acesso a consórcios de imóveis e veículos.

Quer acelerar sua contemplação? Confira nosso artigo com 5 dicas para ser contemplado mais rápido e potencializar seus resultados.

Além disso, acesse agora nossa Calculadora de Investimento em Consórcio e simule diferentes cenários de rentabilidade, contemplação e formação de patrimônio para tomar decisões ainda mais inteligentes.

Glossário Chegolá

Cota: parte individual do grupo de consórcio. Cada participante possui uma cota que representa seu compromisso de pagamento e direito à carta de crédito.

Contemplação: momento em que o consorciado recebe o direito de usar a carta de crédito, via sorteio ou lance.

Lance: oferta de pagamento antecipado ou valor extra para aumentar as chances de ser contemplado antes do sorteio.

Ágio: valor adicional pago para adquirir uma cota já contemplada no mercado secundário, acima do saldo devedor.

Taxa de administração: percentual cobrado pela administradora para gerir o grupo de consórcio, incluído no custo total do plano.

Fundo de reserva: valor acumulado para cobrir inadimplência e despesas extras do grupo, garantindo a estabilidade financeira.

CET (Custo Efetivo Total): somatório de todos os custos envolvidos no consórcio, como taxa de administração, fundo de reserva e seguros.

Cap rate: indicador financeiro que mede a rentabilidade de um imóvel, calculado pela relação entre renda anual e valor do imóvel.